Comer continua muito caro no país. O arroz acumula alta de 47,2% de 2020 até agora, o feijão de 33,3% e a cebola de 121,7%. A deflação só atingiu a gasolina
Nos últimos três meses, o governo de Jair Bolsonaro (PL) comemorou taxas de deflação (quedas de preços), mas o que mais caiu foi o preço da gasolina. Os alimentos e o gás de cozinha, entre outros produtos básicos para as famílias brasileiras, continuam subindo ou caindo muito pouco em relação a inflação acumulada desde janeiro de 2020, como mostra a lista dos 50 produtos que mais subiram desde janeiro de 2020 feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Os trabalhadores de menor renda, que gastam quase todo o salário comprando alimentos, não sentiram a deflação dos meses de julho agosto e setembro, até mesmo porque, de janeiro de 2020 a setembro deste ano, enquanto a inflação disparava, o rendimento médio real do trabalhador encolhia (-4,27%).
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de -0,29%, em julho (-0,68%) e agosto (-0,36%), segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), mas essas quedas não aliviaram a vida do trabalhador que ganha menos que não consomem gasolina e sofrem com o aumentos anteriores de quase todos os produtos, como alimentos em especial.
Alimentos básicos e essenciais na cesta dos brasileiros subiram muito, alguns continuam subindo, outros caíram pouco, mas todos continuam com uma taxa acumulada de inflação altíssima, explica o técnico do Dieese, Leandro Horie.
Ele cita o arroz, que caiu um pouco (-1,2%), mas acumula alta de 47,2% até agora. E o feijão, que registra alta de 50,5% no primeiro semestre do ano passado, caiu 11,4% até setembro deste ano e ainda acumula 33,3% de alta em relação a 2020.
Confira a lista dos produtos que mais subiram desde 2020
Fonte: CUT/Nacional
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