Greve que começou em agosto de 1951 conquistou reajuste de 31% e lançou as bases do Dieese
A categoria que participou dos mais importantes momentos da política brasileira e ajudou a construir a democracia no país comemora neste sábado, 28 de agosto, o Dia do Bancário.
A data teve origem na vitoriosa greve dos bancários de 1951, que começou no dia 28 de agosto e durou 69 dias. “Os trabalhadores de São Paulo foram os únicos a manter as reivindicações e não aceitaram a proposta inicial dos bancos de 20%. Acabaram conquistando 31% de reajuste, além de colocar em xeque a lei de greve do governo Dutra e de lançar as bases para a fundação do Dieese”, explica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Os grevistas enfrentaram forte repressão, mas os banqueiros, que ameaçavam retirar direitos como salário profissional e adicional por tempo de serviço, ficaram surpresos com a capacidade de organização e mobilização dos bancários. Após o término do movimento, muitos grevistas foram demitidos e outros transferidos para cidades do interior do estado, o que teve o efeito positivo de levar lideranças a outros municípios, propiciando a formação de novos sindicatos.
Dieese – A greve de 1951 trouxe outras repercussões importantes, como a criação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), quatro anos mais tarde. As sementes do hoje respeitado instituto foram lançadas a partir do questionamento dos índices oficiais de custo de vida do governo, que por pressão dos bancários tiveram de ser refeitos naquele ano e pularam inexplicavelmente de 15,4% para 30,7%. O Dieese surgiu com o objetivo de municiar os trabalhadores com dados estatísticos confiáveis.
コメント