A Contraf-CUT criticou duramente a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que efetuou nesta quarta-feira (10) um novo aumento de 0,5 ponto percentual elevando a taxa básica de juros, a Selic, para 8,5% ao ano.
“Mais uma vez, o Banco Central cedeu à chantagem insaciável dos rentistas e especuladores do mercado financeiro, os únicos que ganham, e muito, com o aumento dos juros, o que vai travar ainda mais o ritmo de crescimento econômico e os esforços do governo para ampliar os investimentos do país”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Para ele, “a elevação da Selic pela terceira vez consecutiva neste ano é totalmente descabida, uma vez que não há qualquer ameaça de descontrole inflacionário no horizonte”. Cordeiro avalia que “essa medida é prejudicial para a economia, pois vai frear a expansão do crédito, o fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos, no momento em que a economia brasileira precisa de estímulos para aumentar o PIB”, aponta o presidente da Contraf-CUT.
“Apesar da campanha terrorista do mercado financeiro, a inflação não está fora de controle. Desde 2004 as taxas inflacionárias vêm se mantendo dentro do sistema de metas, não havendo agora nenhum excesso de demanda. Algumas elevações de preços foram sazonais por conta de condições climáticas, sendo que as perspectivas futuras são de retração desses preços. Além disso, todos os indicadores apontam para a redução do consumo das famílias”, destaca Cordeiro.
“Se não há excesso de demanda, aumentar os juros não resolve o problema da inflação. Pelo contrário, só vai fazer com que o Brasil siga crescendo pouco, gerando menos empregos, engordando os lucros dos rentistas e aprofundando a concentração de renda no país, que já é um dos 12 mais desiguais do planeta, apesar de ser a sexta maior economia mundial. O Brasil precisa, isto sim, de juros menores para transformar crescimento em desenvolvimento econômico”, salienta Cordeiro.
Para a Contraf-CUT, além das metas de inflação, o Banco Central precisa definir também metas sociais como a geração de emprego e renda e a redução das desigualdades sociais. “Ademais, queremos que o governo organize uma conferência nacional do sistema financeiro, a fim de que a sociedade possa discutir o papel dos bancos e do crédito. O Brasil não pode ficar refém da ganância dos rentistas e especuladores”, conclui o dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT
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