O diretor de Saúde e Previdência da Fenae, Leonardo Quadros, falou sobre os desafios da negociação, que acontece em agosto deste ano
Uma das mais importantes conquistas dos empregados, o Saúde Caixa volta ao debate com a aproximação da renovação do Acordo Coletivo específico sobre o plano, em agosto. No dia 22 de julho, próximo sábado, os empregados do banco vão realizar o Seminário Nacional do Saúde Caixa para construir a pauta de reivindicações nas negociações.
Nos seminários estaduais que acontecem em todo o país, algumas propostas são a garantia da sustentabilidade e viabilidade financeira do Saúde Caixa para todos os empregados, além da melhoria geral nas condições do plano, como atendimento e rede credenciada de qualidade.
Em entrevista, o diretor de Saúde e Previdência da Fenae e presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros, falou sobre a atual situação do plano de assistência à saúde dos empregados e os desafios na negociação. Quadros também integra o Grupo de Trabalho (GT) específico sobre o Saúde Caixa. Confira:
Na sua opinião, quais serão os maiores desafios na mesa de negociação?
Leonardo Quadros - Durante os governos Temer e Bolsonaro, o Saúde Caixa sofreu diversos ataques, tanto em seu financiamento, com as resoluções da CGPAR e o teto para o custeio previsto no estatuto do banco, quanto em sua qualidade, com a redução na rede credenciada e a piora na qualidade de atendimento. Conseguimos eliminar as restrições para o financiamento do plano previstas pelas resoluções da CGPAR, mas ainda precisamos lutar pela alteração no estatuto da Caixa para afastar o teto de 6,5% para o custeio do plano, preservando um custeio viável para os usuários e sustentável para o Saúde Caixa. Também precisamos lutar pelo retorno da descentralização do plano com a volta de estruturas regionais como as GIPES e REPES, o que melhora o atendimento e o suporte ao usuário e aos credenciados. E por uma política de credenciamento que realmente consiga atender as necessidades dos usuários.
As entidades destacam muito os princípios do plano como o mutualismo, solidariedade e pacto intergeracional. Por que eles são tão importantes?
Leonardo Quadros - A aplicação destes princípios é o garante que nossos colegas não serão discriminados em função de sua idade ou de sua renda, e, desta forma, todos terão condições de ter acesso ao plano. Pelo princípio da solidariedade, todos pagam o plano conforme sua capacidade contributiva, e, pelo pacto intergeracional, há um subsídio cruzado entre as faixas etárias. Assim, todos contribuem para o mútuo, garantindo o acesso aos serviços de saúde aos que necessitarem.
A rede credenciada é alvo de críticas dos usuários e de constante cobrança das entidades representativas em razão da carência de profissionais e/ou estabelecimentos nos municípios e até nos grandes centros. Como tem sido essa discussão?
Leonardo Quadros - As reclamações dos usuários sobre redução na rede credenciada e a dificuldade em credenciar novos profissionais tem sido cada vez mais frequente, especialmente após a centralização do processo de credenciamento e a implementação daquilo que a Caixa chama de “credenciamento estratégico”, que, na prática, limitou novos credenciamentos à existência de edital de concorrência, tratando o processo como uma licitação para aquisição de produto ou serviço, e deixando em segundo plano as necessidades do usuário. Por isso, defendemos a revisão do modelo, para que garanta controle, mas permita maior flexibilidade para os credenciamentos.
Fonte: Fenae
Commentaires