A unidade do movimento sindical e associativo dos empregados da Caixa também foi destacada. Saúde Caixa e Funcef foram os principais temas debatidos durante a manhã
Foi aberto nesta quinta-feira (7), em São Paulo, o 34º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), que reúne cerca de 400 trabalhadores do banco de todo o país, entre delegados, observadores e convidados. Logo no início do evento, lideranças sindicais e do movimento associativo ressaltaram a importância de intensificar a mobilização em defesa da Caixa 100% pública e contra a retirada de direitos. Os dirigentes lembraram que o momento é de resistência aos ataques contra a empresa e seus trabalhadores.
“O processo eleitoral vai ditar o futuro da Caixa e das demais estatais. Todos nós empregados e aposentados precisamos estar mobilizados afim de evitar que a Caixa seja desmontada. Os ataques vêm se intensificando e precisamos estar preparados para resistir”, destacou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
A unidade do movimento sindical e associativo foi outro ponto destacado durante a abertura da Conecef. O próprio slogan do Congresso traduz esse sentimento: “Juntos somos mais”.
“Precisamos atuar com unidade e mobilizados para defender nossos direitos e a manutenção da Caixa 100% pública”, enfatizou Fabiana Uehara, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Os debates do 34º Conecef, que prosseguem até sexta-feira (8), serão marcados pelos seguintes eixos: Nenhum Direito a Menos, Caixa 100% pública, Saúde Caixa e Funcef, Saúde e Condições de Trabalho.
“São mais de 30 anos de muita luta e sairemos desse 34 congresso com uma pauta de reivindicações específicas que traduza as necessidades dos trabalhadores da Caixa, por melhoria das condições de trabalho e contra o desmonte do banco”, resumiu o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
Nenhum direito a menos
O primeiro painel do Conecef girou em torno das consequências desastrosas para os trabalhadores das reformas previdenciária e trabalhista. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência nos governos Lula e Dilma, disse que a proposta do governo Temer não é uma reforma, mas um desmonte da Previdência Social. Dentre os pontos negativos do projeto, que tramita no Congresso Nacional, estão a retirada dos direitos das mulheres, dos trabalhadores rurais e o fim da aposentadoria especial.
“Até agora a sociedade brasileira, com a mobilização dos trabalhadores, resistiu ao desmonte da Previdência, mas o governo depois das eleições vai colocar o projeto novamente em votação, o Temer já disse isso”, alertou Gabas. Segundo ele, a Previdência não é deficitária conforme alega o governo. Aponta ainda que despesa previdenciária se mantem estável há mais de uma década e que até 2015 a previdência mantinha superávit na despesa urbana. “A receita caiu absurdamente depois de 2015 devido ao desemprego e a crise econômica aprofundada pelos golpistas”, acrescentou o ex-ministro.
A necessidade de mobilização contra as reformas do governo também foi destacada pelo advogado José Eymard Loguércio, que integra a Assessoria Jurídica da Fenae. Ele falou sobre os impactos da nova lei trabalhista. “Quando se destrói direitos sociais, está se acabando com a cidadania”, frisou Eymard. Segundo o advogado, os trabalhadores não podem esperar que o Judiciário revise a legislação aprovada em tempo recorde pelo Congresso Nacional, porque isto dificilmente acontecerá.
A reação contra a reforma trabalhista, que teve como principal objetivo retirar direitos e desestruturar a organização dos trabalhadores através dos sindicatos, deve vir da sociedade, apontou Eymard. O advogado revelou que já existem ações na Justiça questionando vários pontos da lei como o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, trabalho intermitente, o acesso à Justiça, entre outros.
Saúde Caixa
Albucacis de Castro, médico e assessor do GT Saúde Caixa, fez uma explanação sobre o histórico e a importância do plano de saúde dos empregados da Caixa. “É importante os trabalhadores defenderem o Saúde Caixa e buscarem melhorá-lo”, afirmou. Ele lembrou que o Saúde Caixa acumulou superávit que em 2016 chegava a R$ 670 milhões. E que os dados referentes ao ano passado ainda não foram divulgados pelo banco.
Um Manifesto em Defesa do Saúde Caixa foi distribuído com os participantes do 34º Conecef. Durante o debate, um ato na plenária marcou o reforço do lançamento da campanha nacional “SaúdeCaixa: eu defendo”, lançada pela Fenae, Contraf-CUT, Fenacef, Fenag, Advocef, Aneac e Social Caixa.
Fonte: Rede Nacional dos Bancários
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