Dirigente sindical classificou desligamento como “absurdo”. Entenda a história surpreendente envolvendo a certificação CPA-10.

O Sindicato dos Bancários manifestou repúdio após o Itaú demitir uma bancária que, segundo a associação, tinha 14 anos de empresa e bons resultados.
A profissional teria sido dispensada por não ter uma certificação voltada para quem atua na distribuição de produtos de investimento. A CPA-10 (Certificação Profissional ANBIMA Série 10) é dada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
A ANBINA oferece a autenticação a profissionais que trabalham em agências bancárias ou plataformas de atendimento. Segundo a Associação, para se certificar, é necessário ser aprovado em um exame de 50 questões.
Critério para ganhar a CPA-10 e detalhes do caso
O candidato tem duas horas para acertar 70% da prova e garantir seu CPA-10. Carlos Damarindo, diretor executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), conta que a bancária chegou a fazer a prova em meados de 2022, porém não obteve sucesso na avaliação.
Ainda segundo Damarindo, após o insucesso na prova, o Itaú aplicou uma “medida orientativa disciplinar” à funcionária. Além disso, a instituição ofereceu um prazo não citado pelo representante da Contraf-CUT para que ela obtivesse a certificação.
“No feedback, o gestor reconhece que a bancária entregou todas as metas e resultados, mas por questão de ‘ética inegociável com o cliente’, ela não poderia estar atuando na função”, contou Damarindo, que também é bancário do Itaú.
O Itaú argumenta ciência da ex-funcionária quanto às exigências para o cargo citando um termo de responsabilidade que o bancário é obrigado a assinar.
Novas diretrizes
Agora, para trabalhadores que fizeram a prova e não passaram, haverá o prazo de 60 dias para obter a certificação. Já os trabalhadores que não fizeram nenhuma tentativa serão advertidos. Eles terão o mesmo prazo para obter a CPA-10.
O dirigente lamentou que a bancária não tenha tido uma segunda chance para fazer a prova. “Foi demitida por falta de uma certificação, embora o banco alegue que o desligamento ocorreu por performance. Um absurdo”, opinou Damarindo.
O Sindicato ainda cobra que o Itaú reveja o caso e seja mais claro sobre os critérios que podem levar à demissão de bancários.
Fonte: R7
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