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Investigações na Caixa devem prosseguir, mas é preciso estar atento ao jogo político

Interesses privatistas e disputas internas do governo tentam enfraquecer o banco

O afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa por quinze dias, determinado nesta terça, 16, pelo presidente Temer, faz parte de uma investigação que estava em andamento no banco e transcorria em nível interno, acompanhada pelos 7 membros do Conselho de Administração (a maioria indicada pelo Ministério da Fazenda). A primeira surpresa nesse processo, portanto, é a divulgação, pela imprensa, de uma investigação que ainda não estava concluída.

A avaliação é da representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano (que está em licença médica após cirurgia). Ela reitera o apoio às investigações, mas ressalva que é preciso entender a disputa que ocorre entre representantes dos ministérios e do banco. “Nossa posição óbvia é de que a investigação prossiga e puna os culpados, se assim for comprovado. Porém é preciso ficar atento e entender que há hoje uma disputa interna no banco, entre a diretoria e membros do governo, e essa disputa transparece em momentos como esse”, esclarece.

Além de gerar especulações, como a chantagem do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) na suposta liberação de crédito da Caixa para os governadores, a disputa favorece o sistema financeiro privado ao criar dúvidas sobre a governabilidade e integralidade do banco. A falta de capitalização da Caixa, as iniciativas para que se tornasse S/A e outras que enfraquecem a empresa pública estão na pauta privatista do governo.

A conselheira destaca ainda o papel da mídia comercial, que tenta desqualificar o banco público e seus empregados. “Todas as notícias veiculadas por essa mídia no último período tentam colocar dúvidas sobre a manutenção do banco público. Isso não é aleatório, faz parte de uma estratégia de esfacelamento do patrimônio público”, afirma, lembrando que a Caixa tem 157 anos, quase 90 mil empregados concursados com alto nível de formação e já passou por diversos governos e instabilidades. “O banco tem condições de sobreviver e manter íntegro seu papel de fomentador do desenvolvimento, mas a cada dia fica mais evidente que isso só será possível em um governo eleito e legitimo”, aponta.

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