A aluna é mestranda em Ciências da Saúde e busca trazer dados que ajudem na implantação de políticas públicas em momentos de crise
Para entender melhor essa história precisamos voltar ao final do ano de 2019, quando os primeiros casos da Covid-19 surgiram em Wuhan, na China. Após o vírus se espalhar rapidamente por todos os continentes, o mundo enfrentava uma das maiores crises sanitárias já registradas.
Quando falamos da pandemia no Brasil o poder público se mostrou ineficiente, principalmente em regiões geograficamente mais isoladas. Em 2020, segundo dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a região norte apresentou o menor número de leitos de internação (2.082). No atendimento público (1.331) e no privado (751), possuindo assim a menor proporção do país, com 0,9 leitos no Sistema Único de Saúde (SUS) e 4,7 no privado [a cada 10 mil habitantes.]
Além disso, um estudo coordenado por Fernando Bozza, médico, professor e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia (INI) Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), apontava a região norte como detentora da maior taxa mortalidade no país.
“A covid-19 afeta desproporcionalmente os sistemas de saúde mais frágeis. Se em todo o Brasil, 6 a cada 10 pessoas com covid-19 internadas em unidades de terapia intensiva morrem, na região Norte, o número aumenta para 8 a cada 10 pessoas”, contou o pesquisador em entrevista ao portal Medscape.
A exemplo desses estudos, o trabalho realizado por Heidy Segeti Pimentel tem como objetivo trazer à tona dados que possam estruturar políticas públicas de enfrentamento e gerenciamento de crises sanitárias e econômicas. “Se a gente tiver uma outra pandemia ou passarmos por alguma situação crítica semelhante, nós teremos um olhar para outros segmentos fundamentais, além do da saúde, para que se façam políticas públicas onde os profissionais não fiquem negligenciados,” afirma a pesquisadora.
Segeti também explica o motivo de um novo contato com os trabalhadores. "Estou realizando uma pesquisa sobre os trabalhadores bancários, já que eles precisaram continuar atuando durante a pandemia. A metodologia se deu através de testes de RT-PCR que foram feitos em 2021 nos profissionais, porém preciso realizar um ajuste nas perguntas que fiz no momento da coleta do exame, e por isso vou ligar para os participantes e fazer mais algumas perguntas para fechar minha pesquisa de campo,” justifica.
Por que a categoria bancária?
Segeti conta que sua escolha surgiu a partir da premissa de que para uma pesquisa, dados concretos são fundamentais para solidificar argumentos. Os bancários, possuem em relação ao quantitativo de profissionais e toda a esquematização de testes e vacinação um registro exato que otimiza o processo de coleta para a pesquisa.
“Os estudos sobre formulação contribuem não apenas para esclarecer os momentos iniciais de uma política pública, mas também lançam luzes sobre o processo mais amplo de produção da atividade governamental,” é o que ensina o livro Formulação de Políticas Públicas de Ana Cláudia Niedhardt Capella, que nos ajuda a entender esse processo.
O contato será realizado por WhatsApp ou por ligação nos próximos dias. A pesquisa será feita com dados os quais a pesquisadora já tem acesso desde o início da atividade e nenhuma informação sigilosa será divulgada.
Amanda Isis/Ascom Sintraf-Ap
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