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Dia Nacional de Luta ganha força com proposta ameaçadora da Caixa

Conheça as ameaças colocadas no papel que levaram os empregados a vestirem preto para protestar contra a reestruturação que além de atacar papel social do banco desrespeita o histórico profissional dos trabalhadores

A proposta apresentada pela Caixa Econômica Federal em reunião realizada durante toda a quarta-feira (12) representa ameaça de descomissionamento sumário e de transferência arbitrária da totalidade dos empregados, sem as garantias, como “incorporação” e “asseguramento”, além das garantias para quem está de licença maternidade e saúde. O texto também não discute os direitos como “Porte” e “APA”. Por tudo isso, o Dia Nacional de Luta, realizado pelos empregados em todo o país nesta quinta-feira (13), ganhou ainda mais força.

A Caixa negava que o processo de manifestação de interesse era uma revalidação das funções feita pelos trabalhadores até então. Porém, o documento entregue na quarta-feira (13) comprova a acusação dos representantes dos empregados.

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa tentou negociar com o banco a todo momento. “Depois que a Caixa nos apresentou sua proposta, dissemos que deveríamos levar para a apreciação da base e apresentamos nossa contraproposta, com a cobrança das garantias necessárias para todos os empregados. Foi aí que a direção do banco encerrou a reunião, declarando encerrada a negociação e se retirando da mesa”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da CEE/ Caixa.

Ainda na quarta-feira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) conseguiu suspender todo o processo de reestruturação, por meio de uma liminar e – por pressão da Comissão – o portal UmasóCaixa foi retirado do ar pelo banco. A plataforma era responsável por receber as manifestações de interesse dos empregados que optaram pela mudança de função e lotação do plano de reestruturação, sendo usada pela Caixa para validar a função dos empregados.

Dionisio lembra que a CEE não pode assinar qualquer documento sem a apreciação da base, por simples ameaça do banco. “A direção da Caixa sabe da força da luta dos empregados. Seremos vitoriosos e não assinaremos o descomissionamento arbitrário de ninguém, ninguém solta a mão de ninguém.”

A coordenação das CEE reafirma que representa todos os empregados, sem qualquer discriminação. “A Caixa tenta dividir os trabalhadores por cargos. Mas, eles esquecem que na Comissão Executiva dos Empregados estão representados a Contraf-CUT, as federações e os sindicatos e, através deles, a totalidade dos empregados da Caixa. Temos responsabilidade na defesa da Caixa 100% pública e dos direitos. Enfrentaremos processo de negociação e esperamos garantir a assinatura de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ainda neste ano de 2020. Para isso, precisaremos de muita união e luta. Contamos com 100% dos trabalhadores”.

DIONÍSIO REIS

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