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COE do Bradesco retoma negociações de minuta específica

Discussões haviam sido interrompidas no início da pandemia, quando o foco passou a ser preservação da vida de clientes e funcionários

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com o banco nesta segunda-feira (14), em encontro que marcou a retomada regular das negociações a respeito da minuta específica dos trabalhadores com a instituição. “A volta das conversas em nossa mesa direta é importante, era nossa prioridade, pois desde o começo da pandemia, há mais de dois anos, nossa preocupação tinha se voltado à manutenção da vida dos funcionários e clientes”, afirmou a coordenadora da COE e secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Magaly Fagundes. Na reunião, os membros da COE entregaram a minuta e definiram um calendário para o debate de todos os itens da pauta. Também foram abordados vários temas específicos, como teletrabalho, fechamento de agências, demissões, melhorias no Saúde Bradesco, auxílio academia e financiamento de sistema de energia solar para funcionários.

Teletrabalho

O Bradesco, que foi o primeiro a assinar um termo sobre o teletrabalho com seus funcionários, informou que, desde o fim da emergência de saúde pública por causa da pandemia do coronavírus, está seguindo o acordo sobre o teletrabalho fechado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria 2022/2024. Assim, não há necessidade de renovação do acordo que venceu em setembro de 2022. Para a definição de quem poderia atuar em trabalho remoto, a instituição disse que considerou atividades que não impactariam o atendimento, e por esse motivo a rede de agências não foi considerada elegível para a modalidade. Segundo o banco, cerca de 50% do efetivo dos departamentos estão em teletrabalho e todos recebem a ajuda de custo. O número de funcionários nesse regime, porém, ainda não foi informado. A COE reiterou seu pedido de realizar uma apresentação com os dados de pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o tema, com recorte específico do Bradesco. A proposta foi aceita e será realizada em data a ser agendada. Esse encontro servirá como base para aperfeiçoamento dos termos do acordo sobre o assunto.

Agências e unidades de negócio

O fechamento de diversas agências e demissões ocorridas recentemente também tiveram destaque na reunião. A COE alertou que o quadro de funcionários nas agências já é extremamente enxuto e que a política está comprometendo o atendimento aos clientes, mas o banco argumentou que o fechamento dos postos se deveu ao modelo digital e à sobreposição de agências, caso em que algumas foram fechadas. “Nossa maior preocupação é sempre com a manutenção do emprego, pois ainda que o banco garanta que os funcionários de agências encerradas estão sendo reaproveitados, vemos que muitas agências estão sendo transformadas em unidades de negócios e logo em seguida, fechadas”, disse Magaly. “Na ponta desse processo, o que temos é demissão. E isso não pode ser admitido! Precisamos de um programa para requalificação e realocação desses funcionários, como forma de garantia do seu emprego”, completou. Os membros da COE solicitaram o estabelecimento de uma agenda para o debate das questões relacionadas às unidades de negócios, quando a segurança de trabalhadores e clientes será tratada em detalhes. Esse processo deverá ocorrer antes das atividades da mesa bipartite entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos, para tratar do tema em âmbito nacional, que ocorrerá em 2023.

Plano de Saúde

No encontro também foi relatada a dificuldade no atendimento do Saúde Bradesco. Os representantes dos funcionários pediram melhorias no atendimento médico, de clínicas e hospitais credenciados, bem como do serviço odontológico, em especial no interior dos estados, onde os problemas são enfrentados com muita frequência. Como os problemas ocorrem de diferentes maneiras, dependendo da localidade, as federações farão o levantamento em cada região, um trabalho que já havia sido iniciado em 2019, mas que foi interrompido pela pandemia. Na sequência, um relatório será encaminhado ao banco, que terá 90 dias para apresentar solução. Ao longo desses três meses, porém, qualquer necessidade de urgência, como a falta de algum atendimento específico, poderá ser tratada pontualmente para sua solução.

Outros pontos

A COE solicitou a concessão de auxílio academia a funcionários e dependentes. Para os representantes dos funcionários, a demanda deve ser entendida como investimento em saúde, considerando que a atividade bancária está entre as mais estressantes do mercado de trabalho. “Esperamos que o banco analise nossa reivindicação e que possamos avançar neste tema”, disse o secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Lourival Rodrigues da Silva, que também participou da reunião como representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS). O banco também apresentou resposta ao pedido de melhores condições de financiamento a funcionários interessados na aquisição de equipamentos de energia solar fotovoltaica: as taxas foram reduzidas a 1,73% de juros ao mês e o prazo passou a até 60 meses para a quitação do empréstimo para esse fim. A instituição também confirmou que as horas dos jogos da seleção brasileira na Copa serão abonadas. Na avaliação de Magaly, “o mais importante foi a retomada das negociações regulares, garantindo que nossa minuta completa volte a ser debatida, mas pontos específicos importantes também foram discutidos e terão andamento já na próxima reunião, a ser agendada ainda este ano”.


Fonte: Contraf/CUT

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