Sindicatos realizam um Dia Nacional de Luta para denunciar a quebra de compromisso pelos bancos, que haviam dito que não demitiriam no período de pandemia, e para cobrar o fim das demissões
Sindicatos de bancários de todo o país realizam nesta quinta-feira (15) um Dia Nacional de Luta contra as demissões que estão sendo promovidas pelos bancos Bradesco, Itaú, Mercantil e Santander, em desrespeito ao compromisso que estas instituições assumiram entre março e abril de que não promoveriam demissões durante a pandemia.
As demissões começaram pelo banco Santander, ainda no início de junho. Como justificativa para as demissões, o banco alega que o compromisso se encerrou em maio e que os bancários são demitidos pelo baixo desempenho. Mas, o Brasil é responsável por 32% do lucro mundial do Santander e mesmo após ter realizado uma provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) de R$ 10,4 bilhões, o banco registrou um lucro de R$ 5,989 bilhões no primeiro semestre de 2020.
“O Santander vem sistematicamente demitindo trabalhadores e trabalhadoras neste momento de descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Demissões que, inclusive, ferem estabilidades garantidas em legislação e convenção coletiva/ACT, como, por exemplo, a demissão de gestantes”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o Santander, Mario Raia. “O desrespeito é tamanho que, muitas destas demissões são feitas através de ligações telefônicas e outras atingem a totalidade de departamentos, com a clara finalidade de terceirização das atividades”, completou.
Outro banco que descumpriu o compromisso de não demitir durante a pandemia foi o Itaú. Em uma só tacada, o banco demitiu 130 funcionários na área de Veículos, além de outras que ocorram em agências bancárias.
“O banco teve lucro líquido de R$ 28 bilhões no ano o passado e nos seis primeiros meses de 2020, mesmo com a pandemia, lucrou R$ 8 bilhões. Mas, ao mesmo tempo que desenvolveu campanha publicitária para mostrar seu lado humano, demite funcionários durante a maior crise sanitária vivida pelo país nos últimos 100 anos. Tamanha incoerência não pode ficar oculta. Numa hora dessa, o banco precisa mostrar sua responsabilidade com as pessoas, com o país,” afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização de Empresa (COE) do Itaú.
Futuro pra quem? O Bradesco completa a lista dos três maiores bancos privados do país que descumpriram o compromisso de não demitir durante a pandemia. Em pleno período de pandemia o banco demitiu 427 funcionários.
Nesta terça-feira (13), os bancários promoveram um tuitaço contra as demissões com as hashtags #BradescoNãoDemita #BradescoPenseNoFuturo, em alusão à campanha publicitária na qual o banco convida quem a vê a “experimentar o futuro com o banco”.
“Eles fazem campanha falando que estão se preparando para o futuro, mas se esquecem de pensar no futuro das famílias que estão desabrigando neste momento”, finalizou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.
Mercantil Além dos três maiores privados, o Banco Mercantil do Brasil (BMB) também descumpre compromisso assumido em negociação de não demitir durante a pandemia. O banco anunciou o fechamento das plataformas de serviços em Salvador, Brasília e Recife e demitiu funcionários, gerando protestos da categoria, que usaram a hashtag #MercantilSemCompromisso.
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