No primeiro dia de greve nacional, o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Amapá (Sintraf-AP) fechou 25 agências nas quatro principais cidades do Estado: Macapá, Santana, Oiapoque e Laranjal do Jari. A paralisação, por tempo indeterminado, foi aprovada em assembleia geral no dia 1 de setembro, diante da falta de acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A adesão ao movimento é considerada recorde pelo Comando Nacional e já surtiu efeito. No fim do primeiro dia de greve, a Fenaban chamou os bancários para uma nova rodada de negociações a ser realizada na próxima sexta-feira, 9, em São Paulo. A pauta de reinvindicações dos bancários foi entregue aos banqueiros no dia 9 de agosto, porém, após quatro rodadas de negociação, a Fenaban apresentou uma proposta de reajuste de 6,5%, bem abaixo dos 14,57% pedidos pela categoria. “Esse percentual não cobre nem a inflação, que foi de 9,57%. Isso é uma falta de respeito dos bancos, que lucram tanto e oferecem isso para o trabalhador”, disse o presidente do Sintraf-AP, Edson Gomes. Com faixas e camisas da Campanha Nacional, os bancários ocuparam as agências, colaram cartazes para informar sobre a greve e suspenderam os atendimentos, numa demonstração de força dos trabalhadores e trabalhadoras no movimento grevista. “Essa adesão é histórica. Mostra o quanto os bancários e bancárias estão insatisfeitos. Nossa luta está só começando”, concluiu Edson Gomes.
Lucros exorbitantes Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
Desemprego
Bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e de sequestros e tendo de dar conta de inúmeras tarefas. A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico. (Com informações: Contraf-Cut)
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