CEE/Caixa critica comunicado enviado aos empregados, em que a direção do banco cita “longo período de greve”, quando na verdade o que houve foi uma falha grotesca na projeção divulgada em setembro do ano passado Na tentativa de justificar o injustificável – o lucro líquido de R$ 4,1 bilhões em 2016, enquanto as projeções apontavam para R$ 6,7 bilhões – a direção da Caixa Econômica Federal reforça o total desrespeito com que trata seus empregados. Em comunicado enviado aos trabalhadores, em que trata da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), citou como um dos motivos do resultado ruim do ano passado o “longo período de greve” da categoria.
“Esse é mais um absurdo da gestão comandada por Gilberto Occhi, única responsável pelo lucro menor e pelo valor desprezível da segunda parcela da PLR. A paralisação de 31 dias, na luta por melhores condições de trabalho e em defesa da Caixa, foi fruto da intransigência da dos bancos na mesa de negociação. Desde a primeira rodada os banqueiros tentaram impor uma proposta rebaixada. Graças à nossa mobilização, conquistamos alguns avanços”, diz Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
Dionísio Reis, que também é diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, alerta que o que está em curso é um projeto para reduzir os bancos públicos. “Quando o governo, único acionista, diz que não vai capitalizar a Caixa, deixa claro que o objetivo é enfraquecer a empresa, provavelmente com o objetivo de privatiza-la. Outra prova do desmonte é o plano anunciado por Occhi, durante a divulgação do balanço de 2016, para diminuir o total de agências e fatiar as áreas de habitação, crédito e loterias”, observa.
Na sexta-feira (7), CEE/Caixa e direção da Caixa vão se reunir. Na ocasião, os representantes dos trabalhadores vão cobrar o pagamento da PLR com base no lucro líquido recorrente de R$ 4,967 bilhões e não no lucro contábil de R$ 4,137 bilhões. Caso a reivindicação seja atendida, tanto a PLR adicional quanto a PLR Social teriam aumento de cerca de 20%. A regra básica Fenaban também teria seu valor elevado.
A Comissão Executiva dos Empregados também vai cobrar esclarecimentos sobre a proposta de fechar entre 100 e 120 agências, anunciada por Occhi na terça-feira passada, bem como a respeito das mudanças planejadas no Saúde Caixa. Na reunião será mais uma vez reivindicada a implementação urgente das alterações discutidas no RH 184; a retomada do processo seletivo interno para os cargos de auxiliar, assistente e supervisor, suspenso no dia 9; e explicações sobre a mudança do instrumento de assédio moral.
Resistência
Diante da gravidade do momento, a CEE/Caixa vai orientar que sindicatos e empregados da Caixa definam a adesão à greve geral do dia 28 de abril contra as reformas da Previdência, trabalhista e a lei da terceirização. A defesa dos bancos públicos também estará no centro das paralisações, que vão se espalhar Brasil afora. “É fundamental que todos nós nos mobilizemos contra a escalada de ataques contra a Caixa, patrimônio do povo brasileiro”, frisa Dionísio Reis.
Fonte: Fenae.
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